Blog do Inácio Araújo

Guia para conhecer as heroínas interpretadas por Elizabeth Taylor no cinema

Inácio Araújo

Divulgação

Elizabeth Taylor e Montgomery Clift em cena do filme "Um Lugar ao Sol" (1951)

De Elizabeth Taylor, sua vida, sua obra, acho que já se falou o que era preciso falar.

Azar meu que, quando se soube da notícia, estava no cinema vendo um filme e não fui encontrado pelo pessoal da Ilustrada. Quando cheguei, escrevi um artigo inteiro e só depois abri a internet. Então olhei para o telefone e percebi que havia um monte de recados. Liguei para o jornal, mas já estava fechado. Tudo estava dito. Inclusive pelo Ricardo Calil, na Folha.

Bem, algo não foi feito, talvez. Um guia para conhecer um pouco de Liz Taylor como atriz. Ou reconhecer, porque certas coisas faz tempo que já vimos. Não é tarefa fácil. Ela foi atriz mirim. Superou esse momento difícil (muita gente sucumbe) e afinal tornou-se uma atriz dramática da pesada.

A estrela do desequilíbrio. Hoje essa imagem da estrela de vida conturbada apagou-se um tanto em função de sua presença em outras áreas (campanha contra Aids, por exemplo, em que teve participação marcante).

Mas sua vida era tão complicada, em linhas gerais, quanto as heroínas que mais a marcaram. Vamos dar uma passeada por uma antologia dos filmes de Liz.

A MOCIDADE É ASSIM MESMO (1944)

Até onde sei, o primeiro papel a projetar Liz Taylor, que andava aí pelos 12 anos. Ela é a encantadora Velvet Brown, a quem Mickey Rooney ensinará as artes de correr a cavalo. Filme infanto-juvenil dirigido por Clarence Brown, onde a graça da jovem atriz se impõe e nos subjuga.

O PAI DA NOIVA (1950)

Esta comédia de Vincente Minnelli voltou a ficar famosa graças a uma refilmagem recente. Ela faz a transição de garota queridinha do papai à noiva do título. O principal do filme vem do pai, espantado (e mais do que isso) com a mudança da menina. E o pai é Spencer Tracy. Mas a noiva não destoa: Liz Taylor faz a transição de amiga da Lassie a mulher de verdade.

UM LUGAR AO SOL (1951)

Vamos falar a verdade, aqui o brilho maior é de Shelley Winters, que faz a operária Alice, por quem Montgomery Clift se apaixona quando trabalha como operário nas indústrias de seu tio. Sim, mas quando é introduzido à alta sociedade e conhece a sofisticada Angela Vickers, sua cabeça vira. E nessa altura ele já havia engravidado Alice. George Stevens fez um belo filme a partir de “Uma Tragédia Americana”, o livro de Th. Dreiser, e aliás ganhou o Oscar de direção daquele ano. Monty e Shelley foram indicados. Mas a imagem de sofisticação de Taylor é qualquer coisa.

ASSIM CAMINHA A HUMANIDADE (1956)

De novo com George Stevens, mas agora ao lado de Rock Hudson e James Dean, numa saga grandiosa que tem por centro a passagem do Texas da era do gado à do petróleo. Um quadro hiperbólico, que sofre um tanto de gigantismo (chama-se “Giant”, não por acaso), mas tem momentos fabulosos. Aqui, ela se chama Leslie casa com Rock, que tem terras a perder de vista, e tem de se impor à irmã dele, que não tolera o casamento do irmão. Leslie se identifica profundamente com Jett, James Dean, que ela vê também como um outsider. Jett se apaixona por ela. Ele não lhe é indiferente.

GATA EM TETO DE ZINCO QUENTE (1958)

Entramos aqui no universo de Tennessee Williams, que hoje pode parecer um pouco ultrapassado, mas na época era o que havia de mais mais. Liz aqui é Maggie Pollitt, mulher em plena crise conjugal com um marido, Paul Newman, pouquíssimo disposto a lhe dar bola. O tema da presumível homossexualidade do marido é um tanto escamoteado – a censura não estava lá para brincar – o que só ajuda Liz a se impor como a mulher frustrada, nos melhores momentos deste filme de Richard Brooks. De resto, estava lançada essa identidade entre Taylor e a idéia de atribulações matrimoniais profundas que marcaria tanto sua carreira.

DE REPENTE, NO ÚLTIMO VERÃO (1959)

De novo Tennessee Williams, de novo a homossexualidade no centro. Este é, para meu gosto, o melhor filme de toda a carreira de Taylor. Mais trio de atores notável. Katharine Hepburn faz a rica senhora que pretende lobotomizar a sobrinha. Para tanto ela conta com os serviços do dr. Monty Clift. Mas este não se mostra tão convencido assim da loucura da moça. Na verdade, Hepburn sabe que a garota sabe de segredos que ela não gostaria que ninguém soubesse. Liz Taylor não é perturbada, mas a tia faz com que pareça assim. Dá no mesmo em termos de intensidade dramática (e de marca registrada). Joseph L. Manikewicz fez o filme a partir de adaptação de Gore Vidal.

CLEÓPATRA (1963)

Era para ser o filme do esplendor de Elizabeth Taylor e ponto. Dos olhos violeta. Liz Taylor consagrada em toda a extensão, no luxo, na beleza e no poder de Cleópatra, sem falar do talento, do milhão de dólares etc.. O problema foram seus amores e problemas matrimoniais (já com Richard Burton, o Marco Antonio do filme). Os atrasos que ocasionaram e o estouro de orçamento. Mankiewicz pegou o bonde andando e conseguiu entregar o filme, o que parece que foi um feito em si, embora o resultado sofra, também, com o gigantismo da produção. Em vista de tanta publicidade e de tantos adiamentos, parece que o público se encheu de “Cleópatra” antes mesmo que o filme estivesse pronto.

QUEM TEM MEDO DE VIRGINIA WOOLF?

Bem, já que era para mostrar vidas conjugais conturbadas, por que não unir, de uma vez, Richard Burton e Elizabeth Taylor? Foi o que providenciou a produção do filme. A mesma idéia de desnudamento tão familiar ao teatro americano retorna, aqui pelas mãos de Edward Albee. O casal alcoólatra (e infeliz no casamento) consegue ao mesmo tempo se provocar em tempo integral e ao mesmo tempo provocar o jovem casal que convida para um jantar. Filme um tanto fechado, tem a seu favor a primorosa direção de atores de Mike Nichols, que rendeu o Oscar a Liz, o Oscar de atriz coadjuvante a Sandy Dennis e uma das “n” indicações a Burton. A câmera de Haskell Wexler também levou o Oscar (fotografia P&B).

A MEGERA DOMADA (1967)

Aqui o drama conjugal de Liz e Burton já quase vira galhofa. Ela é Katharina e ele é Petruchio, na adaptação da comédia de Shakespeare pelo italiano Franco Zeffirelli. Ou seja, ele é o cara que vai dominar a indomável. Reforço de imagem de uma bela Elizabeth Taylor, numa luminosa meia-idade. E, para alguém que foi bela como foi, estrela como foi, parar por aqui é uma questão até de etiqueta.

Já são nove filmes, se contei direito. Já há uma diversão pela frente. Para ver mais filmes com a atriz, clique aqui.

  1. Mariah Trone

    19/07/2011 00:42:32

    You've got a great blog there keep it up. I'll be watching out for most posts.

  2. Jacqueline

    25/03/2011 14:44:31

    LIZ TAYLON......IMPAR EM BELEZA E TALENTO. comentarios contrario...rs pura inveja.

  3. marcelo novazzi

    25/03/2011 11:42:52

    Sinceramente, acho que Elizabeth Taylor, apesar de boa atriz, era mais grande estrela do cinema, do que uma grande intérprete, de grandes recuros dramáticos. Mas, sempre será lembrada pela personalidade forte, pelo belo rosto e olhos lindíssimos e pelos filmes fortes e importantes nos quais participou. Cinéfilo à paulista

  4. Carla

    25/03/2011 09:15:27

    Cala a boca Magdo!!Não tem a menor comparação, nem em beleza nem em talento.

  5. marcos nunes

    25/03/2011 09:07:49

    Concordo que, em Um Lugar ao Sol, o filme não é de Elizabeth, mas de Shelley. Mas é o meu preferido entre os filmes da Elizabeth jovem, como Virginia Woolf é entre os filmes da Elizabeth madura. Irritam-me nas adaptações de Tennessee a censura ao óbvio: o homossexualismo dos "pares" de Elizabeth - principalmente em Gata; no De Repente a exposição dos gestos afetados do ator (cujo rosto não aparece nunca) praticamente explicita "o amor que não ousa dizer seu nome", apesar das reticências do roteiro e da representação figurada da, digamos, festa bacante.

  6. Suyene Correia

    25/03/2011 09:04:37

    Inácio, sua lista foi primorosa. Eu também indiquei a maioria desses filmes na homenagem que prestei a ela em meu blog (bangalocult.blogspot.com).Eu acrescentaria, porém, "O Pecado de Todos Nós", filme que Liz Taylor divide as atenções com Marlon Brando. Acho até que ele está melhor que ela, mas vale o registro.Abçs

  7. Ana

    25/03/2011 09:02:29

    Beleza rara, genuína, expressiva, sufocante! Talento indiscutível. A verdadeira estrela de cinema. Mulher de verdade. Dama. O mais triste é perceber que todos os gigantes do cinema vão embora e hoje em dia tentam fabricar mais beldades, talentos, tablóides em série que nada mais vai se comparar com esta época de brilho duradouro. Ficam os mitos insubstituíveis. Elizabeth Taylor. A indústria cultural era mais competente?

  8. ilka

    25/03/2011 08:57:25

    Maravilhas essa Liz Taylor. O mundo perdeu uma grande atris.Estamos de luto

  9. Walte Silveira Lima

    25/03/2011 08:28:51

    Se não quisesse falar nada de bom dessa grande atriz ficasse calado. Ela simplesmente marcou uma época no cinema. E você? Conseguiu o que? Por isso existe Elizabeth Taylor e existem pessoas que não fazem nada.

  10. dorival

    25/03/2011 08:28:11

    MAS PRA MIM O MELHOR FILME DELA, COM O MAGNIFICO MARLOM BRANDO (MELHOR PAPEL DA VIDA DELE, EU ACHO)..."O PECADO DE TODOS NÓS"...EM HOMENAGEM A ELA, VOU REVER ESSE FILME PELA 20ª VEZ....

  11. odail

    25/03/2011 07:59:32

    Vi todos os filmes da Liz e o que mais me impressionou tanto pelo tema quanto pela magistral interpretação da mulher dos olhos mais belos do cinema foi a reunião de três monstros sagrados numa mesma oportunidade:Assim Caminha a Humanidade. Este fime faz parte da minha dvdteca.

  12. marilza s Borges

    25/03/2011 07:52:32

    Ótima atriz teve seus dias de glória, uma grande escola para as novatas da Globo quese dizem atrizes.......

  13. CARLOS GAMA

    25/03/2011 07:44:26

    TUDO BEM , BELA,BELA E BELA. ATRIZ .AQUI NO BRASIL TEMOS MAITE PROENÇA. QUE CERTAMENTE SE TORNARIA MUNDIALMENTE FAMOSA FOSSE PELA BELEZA E TAMBEM CAPACITADA ATRIZ.E DENHO DITO.

  14. HAMILTON

    25/03/2011 07:37:51

    ALEGREM-SE TODAS AS PREDENTES , PODEN-SE CANDIDATAR COMO MULHER MAIS BONITA DO MUNDO, A MOPRTE DE LIZ DEIXA OPORTUNIDADE DE ALGUÉM VENCER. TOM

  15. Julio Hernandez

    25/03/2011 06:52:32

    Liz TaylorGrande atriz e um marco na história do cinema. Como disse uma atriz: Marcou uma era do cinema, podemos dizer que o antes e o depois de Liz. Não foi apenas linda com seus olhos violetas, mas uma grande estrela! Em memória de meu querido pai!

  16. JOSE FRANCISCO MATHEUS

    25/03/2011 04:20:07

    Elizabeth Taylor, atriz,mulher e beleza impar.Comentarios maldosos (INVEJA). DIGNOS DE DO E PIEDADE.

  17. Romeu

    25/03/2011 02:44:24

    A mulher mais linda do mundo, a melhor atriz de todos os tempos, uma mulher maravilhosa em todos os sentidos,viveu intensamente,continuará brilhando com seus olhos únicos em toda a esfera!um ícone do cinema!!!!!!!!!!!!!

  18. @ligia2035

    25/03/2011 01:00:53

    a melhor cleopatra pra mim, vai ser sempre elisabeth taylor!

  19. narjiss

    25/03/2011 00:42:08

    VOCÊS PREFEREM AS ABOBRINHAS !!!!! A TURMA DO BBB ................ kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

  20. narjiss

    25/03/2011 00:39:59

    O UOL não publicou o comentário que fia ainda há pouco. POR QUEEEEEEEEE ??????????????????????????????????????????????

  21. narjiss

    25/03/2011 00:35:46

    Liz Taylor, a última diva dos tempos em que Hollywood tinha o seu esplendor. Agora é só filme "enlatado", de violência, tipo Rambo, um monte de lixo. Já não se produz mais filmes como "Cleópatra", "Assim caminha a humanidade", Quem tem medo de Virgínia Wolff", "Gata em teto de zinco quente" e tantos outros estrelados pela grande Elizabeth Taylor. Cinema já foi sinônimo de arte, cultura e bom gosto. Infelizmente a mídia espalhou no mundo muita porcaria, o que se reflete no baixo ní- vel cultural do "povão". O Brasil está cheio de "Tiriricas", gente que não sabe nem quem foi Santos Dumont ou Pedro Álvares Cabral, quanto mais ter ouvido falar em Liz Taylor. Cultura é para poucos. Só esses têm informações sobre o que acontece ou aconteceu no mundo em décadas passadas. Só a elite cultural tem interesse por li- vros, estudos, literatura, teatro e cinema de qualidade. Liz foi um diamente que brilhou no planeta terra até o dia de sua morte. O mundo perdeu um estrela de 1ª grandeza.

  22. joao n

    25/03/2011 00:13:38

    Discordo do comentário sobre "Um lugar ao sol". G. Eastman nunca esteve apaixonado pela operária Alice. A sutileza do enredo é esta. Alice foi apenas uma escapada da solidão. Angela entrou na parada desde que passou de carro quando ele pedia carona. Estamos falando de percepção extra sensorial.

  23. Altino

    24/03/2011 23:43:50

    As novas gerações talvez não entendam o que foi Hollywood, nome mágico que produziu facisnação nas décadas de 40, 50 e 60, principalmente.Talvez como a ditadura militar (e peço desculpa pela comparação de terrrível mal gosto) a velha Hollywood é coisa para nossos avós ainda jovens (70?, 80 anos?).Eles sabem bem o q foi Elizabeth Taylor e sua presença - também mágica - em suas vidas. Acabam-se as estrelas mas continua o céu. Assim como ficaram os dedos quando perdemos os anéis. Obrigado por tudo Liz!

  24. Brancona

    24/03/2011 23:18:21

    lá em Pato Branco ............daí ................. lá em Pato Branco

  25. san

    24/03/2011 23:15:03

    o cris, doque é do que, separado viu mané

  26. san

    24/03/2011 23:07:21

    grande estrela de :assim caminha a humanidade e cleopatra, mereceu os diamantes que Richard Burton seu 2 x marido lhe deu.

  27. san

    24/03/2011 23:03:22

    o cris fica na sua vc não tá com nada

  28. san

    24/03/2011 22:59:35

    grande estrela de ¨assim caminha a humanidade ¨e ¨cleopatra ¨ mereceu os diamantes que Richard Burton, seu 2 x marido lhe deu

  29. cristiano

    24/03/2011 22:56:55

    Porque vc e melhor doque eles dois.abaixe a bola meu

  30. san

    24/03/2011 22:53:49

    uma grande estrela, uma mulher lindissima, um icone do nosso tempo, só não escolhia direito os amigos, tais como rock hudson e michael jackson

  31. Romero Venancio

    24/03/2011 22:44:31

    Sempre esquecem o interessante e inteligente papel de E. Taylor em "Adeus as ilusões". uma pintora um pouco libertária que como mãe solteira cria um filho em padrões que foge ao modelo americano clássico e hipócrita. bonito filme.

  32. Romero Venancio

    24/03/2011 22:43:14

    Sempre esquecem o interessante e inteligente papal de E. Taylor em "Adeus as ilusões". uma pintora um pouco libertária que como mãe solteira cria um filho em padrões que foge ao modelo americano clássico e hipócrita. bonito filme.

  33. Ana

    24/03/2011 22:36:35

    Beto, por acaso você é de Goiânia ou região metropolitana?Está falando do Buriti Shopping?

  34. BETO

    24/03/2011 22:26:35

    ESSE FILME "A MEGERA DOMADA" (FRANCO ZEFFIRELLI) EU ACHO QUE VI NO BURITI (LOJAS AMERICANAS).

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