Blog do Inácio Araújo

O favorito dos cinéfilos

Inácio Araújo

No paraíso da cinefilia 1

Em Bolonha não há competição de nenhuma espécie. Os filmes são antigos, por vezes antiqüíssimos. E isso mesmo é o que interessa a quem vai lá. Todo dia, desde a manhã, se vê o cortejo. São pequenos grupos, duas ou três pessoas, às vezes uma só, a caminho da Cineteca ou de algum dos cinemas que passavam os filmes do XXV Cinema Ritrovato.

Os cinéfilos preferem Howard Hawks, como se sabe. E lá estavam os seus filmes mudos, todos, desde “Fig Leaves”, uma comédia simpática, mas que não será exagerado dizer que é pré-hawksiana, que mostra um autor à procura de si mesmo.

“Paid to Love” me pareceu aquele em que melhor se manifesta a idéia hawksiana do conflito-encontro homem-mulher. Ou seja, da resistência do homem à mulher (no caso, um príncipe que só gosta de automóveis; seu pai trama para que ele encontre uma bela garota). Há também a presença da máquina (voltarei ao tema, lembrando Douchet, que estava lá), tão importante em toda a obra de HH.

“The Cradle Snatchers” era muito esperado, porque estava desaparecido. O que reapareceu não foi o filme inteiro, faltam ao que parece dois rolos, o que torna a intriga meio sem centro. Mas pelo que se pode ver não é um filme inesquecível.

Já “Fazil” está inteiro e me pareceu muito fracote. O Luis Carlos Oliveira Junior, ou seja, o Junior da Contracampo, estava lá e achou a mesmíssima coisa. Filme chato, ponto, com Hawks indo ao Oriente dos paxás e tal, aquele da Hollywood da época, do Rodolfo Valentino e tal, coisa que não lhe cai bem.

Uma Garota em Cada Porto, ao contrário, o filme da Louise Brooks, continua uma maravilha. Me parece o mudo de Hawks que melhor anuncia o seu sonoro, no geral mais forte.

Foi uma felicidade, claro, a visão ou revisão desses mudos todos, de todos os mudos dele.

Depois vêm os primeiros sonoros, que também passaram na mostra.

Volto a eles depois. Mas, caramba, há tanta coisa e tenho eu tanta coisa para fazer aqui…

Gustavo Dahl

Chego ao Brasil e meu filho diz ter lido que Gustavo Dahl teve a melhor morte possível. Pergunto o que ele quis dizer com isso, exatamente. E me diz o Chico que ele morreu em um cinema, em Trancoso, com a família, vendo um filme…

Morrer vendo um filme, um infarto fulminante… Bem, não há maneira boa de morrer, mas se foi de fato assim, acho que tem toda razão o Francisco.

  1. How To Be Popular in High School

    01/09/2011 01:36:49

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  3. Luiz Messias

    22/07/2011 17:06:38

    Tenho saudade da época em que eu tinha tempo de ver 5 a 8 filmes por semana. Assistia de tudo, hoje vejo um ou outro filme e olhe lá. Quanto ao “The Cradle Snatchers” eu discordo um pouco de você, dois rolos é o suficiente para que se mude a cara de um filme, até quem sabe torna-lo inesquecível, ou mesmo uma bomba.

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