Blog do Inácio Araújo

O baile da imprensa

Inácio Araújo

Foi meio impressionante o “Roda Viva” de segunda-feira. Um grupo de jornalistas, boquiabertos, tentava entender (e, eventualmente, cercar) a lógica de funcionamento do Mídia Ninja.

Eu não estava na roda, claro, mas estava tão boquiaberto quanto os colegas do lado de lá da tela. Algo se passa que nós já não apreendemos. Não se trata, apenas, de um jornalismo engajado, como disse (e não sem razão) Mário Sérgio Conti. Não se trata apenas de uma atitude de oposição à grande imprensa. Não se trata apenas de constatar a fragmentação das narrativas, como dizem (e o Renato Janine Ribeiro coloca bem colocado: narrativas hoje são o que antes se chamava visões, e depois discursos).

Talvez seja tudo isso ao mesmo tempo.

Talvez esse trabalho permita mesmo que muitas vozes manifestem, expressem desejos e insatisfações que meios mais pesados não conseguem captar.

Isso num momento em que o jornalismo está em óbvia crise.

De todo modo é muito salutar ver essa garotada tomar a dianteira, mostrar que existe vida fora de onde achamos que existe, virando a internet de cabeça para baixo e encontrando maneiras de manifestar sua insatisfação com a insufiência das coisas.

Questões de espionagem

Provavelmente é deficiência minha, mas não consigo entender por que tanto barulho em torno do vazamento da espionagem dos americanos.

Espiões existem para espionar. E usam todos os meios disponíveis.

Claro que os meios americanos são mais poderosos, ambiciosos e completos do que os dos outros. Por isso são americanos.

Mas toda essa indignação, seja dos europeus, seja do Itamarati ou da ONU, me parece um jogo para platéia.

Com licença, não conheço mundo mais vigiado do que este nosso. A cada movimento corresponde uma câmera de segurança.

A Cinemateca

A ABD está contabilizando um crescimento no movimento que pretende promover de solidariedade à Cinemateca.

Estamosem Agosto. Agoraos professores, os cursos de cinema e similares podem liberar muito bem os alunos para entrar nessa.

É uma causa relevante, não uma luta a mais por mais “grana”.