Blog do Inácio Araújo

Arquivo : Cinema

Um novo começo
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Inácio Araújo

Vamos partir do zero. Presidente nova. Em SP governador novo. Esperemos pelo melhor.

Torço para que aos poucos se introduza uma cadeira de cinema nas escolas. Poderia se chamar Educação Visual ou qualquer outro nome que faça a coisa parecer séria.

Mas é algo importante e simples. Num mundo de imagens é preciso educar não usando imagens (que é um apêndice, pode até se usar mas não é o essencial), mas para a imagem, para a leitura desse mundo novo, para sua decifração, pois somos muito indefesos diante delas.

O governo de SP, na administração passada, começou um bom programa nesse sentido. Espero que não pare agora.
Se possível seria interessante dar um pulo na França onde se ensina Cinema no secundário. Não por espírito colonial, mas porque eles têm uma tradição formidável no trato com as imagens.

Quanto ao governo federal, acho que não tem muito a fazer nesse particular. Acho eu. Mas me parece notável a  disposição da presidente de abrir uma sala de cinema em cada cidade. Não vai conseguir, claro, mas isso é menos importante do que constatar de que se trata de algo importante seja como sociabilidade, seja como civilidade, como cultura ou mesmo só distração.

Enfim, como bom puxa-saco que sou, desejo a melhor sorte a quem está chegando ao poder com boas intenções – seja ele local ou nacional. Que sejam capazes de enxergar na bruma dos nossos muitos problemas e beneficiar os mais pobres.

Mas eu tenho dois agradecimentos especiais de começo de ano:

1.    Para a Silvana Arantes, que publicou na Ilustrada (4/1) uma matéria de enorme generosidade, que espero ao menos em parte justificável, sobre a antologia “Cinema de Boca em Boca – Críticas de Inácio Araujo”, que reúne textos publicados na Folha de S. Paulo entre 1983 e 2007 e selecionados por Juliano Tosi. O trabalho do Juliano foi admirável, porque eram muitos textos para escolher, coisa que exigiu muita pesquisa e discernimento. Não interferi em uma linha, não palpitei, nada. O resultado é trabalho dele.

Bem, devo dizer que é difícil não fazer um pouco de propaganda: o livro é da Imprensa Oficial. Mas, francamente, não ganho nada com isso. Nada mesmo. Quem não quiser comprar, pode baixar no site da Imprensa Oficial, mas acho que sai até mais caro. O livro custa R 15,00. Não é muito para um volume de quase mil páginas, caramba.

2.    Para os amigos que seguem este blog, participam com sugestões, ressalvas, críticas (as pertinentes, não aquelas maluquices que aparecem na internet) e me aturam. Queria dizer que às vezes pareço displicente, mas não sou: se não tenho nada a dizer, fico quieto. Aproveito a liberdade que o Uol me dá. Às vezes passo dias sem escrever. Não tenho tantas idéias assim.

Às vezes sofro de enorme falta de tempo e preciso dar só um alô sobre as coisas.
Como agora: preciso almoçar, ver meus filhos que não vejo há dias e partir para mais uns dias de incomunicabilidade.
Deixo mais um post, que o Giannini colocará no ar nos próximos dias.
Espero que continuemos a nos encontrar por aqui.


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