Blog do Inácio Araújo

Os dez mais de “Sight and Sound”

Inácio Araújo

Na votação promovida pela “Sight and Sound”, que sai publicada no número de setembro da revista inglesa (disponível aqui), Um Corpo que Cai desbancou finalmente Cidadão Kane, um velho campeão na preferência dos críticos (846 do mundo inteiro votaram), que passou para segundo lugar.

Viagem a Tóquio (Tokyo Monogatari),de Yasujiro Ozu, ficou com o terceiro lugar, e A Regra do Jogo, de Renoir, que se bem me lembro antes era segundo colocado, agora é quarto.

Seguem-se:

5 – Aurora  (Murnau, 1927)

6 – 2001: Uma Odisséia no Espaço (Kubrick, 1968)

7-  Rastros de Ódio (Ford, 1956)

8 – O Homem com a Câmera  (Dziga Vertov, 1929)

9 – A Paixão de Joana D’Arc (Dreyer, 1927)

10 – 8 ½ (Fellini, 1963)

Só para constar, essa é a sétima vez que a revista britânica (chegando aos 80 anos) promove essa votação.

As novidades são: O Homem com a Câmera e A Paixão de Joana d’Arc.

Francamente, acho espantoso Joana d’Arc, nessa altura do campeonato ser novidade na lista.

Não me espanta Um Corpo que Cai passar Kane. Primeiro, porque a gente se cansa de ter um mesmo favorito. É preciso mudar de temposem tempos. Mas, sobretudo, vale lembrar, o filme de Hitchcock ficou fora de circulação durante décadas, de maneira que é natural que seja assimilado, hoje, com toda força.

E, convenhamos, é um filme colossal.

Bem, a revista promoveu uma votação paralela, com 352 diretores, também para estabelecer a preferência deles.

Eis a lista:

1 – Viagem a Tóquio (Ozu, 1953)

2 – 2001: Uma Odisséia no Espaço (Kubrick, 1968)

2 – Cidadão Kane (Welles, 1941)

4 – 8 ½ (Fellini, 1963)

5 – Taxi Driver (Scorsese, 1976)

6 – Apocalypse Now (Coppola, 1979)

7 – O Poderoso Chefão (Coppola, 1972)

7 – Um Corpo que Cai (Hitchcock, 1958)

9 – O Espelho (Tarkovsky, 1974)

10 – Ladrões de Bicicletas (De Sica, 1948)

Listas são listas.

A minha é a seguinte:

Rio Bravo/Onde Começa o Inferno – Howard Hawks

Um Corpo que Cai – A. Hitchcock

Viagem a Tóquio – Y. Ozu

Ordet/A Palavra – Carl Th. Dreyer

A Marca da Maldade – O. Welles

Amor de Perdição – Manoel de Oliveira (1976)

O Testamento do Dr. Mabuse – Fritz Lang (1932)

Pierrot Le Fou – Jean-Luc Godard

Shock Corridor/Paixões que Alucinam – Samuel Fuller

Onde Fica a Casa do Meu Amigo? – Abbas Kiarostami (1987)

Mandei para lá essas sugestões. Mas é um absurdo. Isso é o que me ocorreu na hora. Poderiam muito bem ter sido outros dez ou vinte, ou cem.

Agora, nunca, jamais, 8 ½, O Espelho, Ladrões de Bicicleta.

E Taxi Driver um dos melhores de todos os tempos? Gosto muito, mas… acho um exagero. E dois Coppolas?

Enfim, listas são listas. Acho uma brincadeira muito estimulante.

Quem quiser colocar a sua lista aqui sinta-se à vontade.