Blog do Inácio Araújo

Arquivo : September 2013

Foxfire, o sentido que não se acomoda
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Inácio Araújo

Laurent Cantet é o mais inteligente dos diretores franceses atuais, ao lado de Olivier Assayas.

É talentoso também, mas isso é outra história, ou talvez seja uma decorrência.

O fato é que “Foxfire” me surpreendeu o tempo todo.

Primeiro, porque sua primeira aparência é a de um filme independente americano, desses que hoje são apenas truque, embora um truque diferente dos da indústria.

No momento seguinte, quando se vê que estamos diante de uma gangue de garotas, eu temi que fosse como o filme da Sofia Coppola, esse filme vazio sobre o vazio que fez há pouco.

De fato, é uma gangue de garotas dos anos 50, 1950 claro, que se une para combater a violência e o desdém dos rapazes.

Um feminismo? É o que se anuncia.

Mas essa gangue variará. Ela introduzirá algo de revolta anticapitalista, uma coisa meio anárquica, meio selvagem, tipo blackblocs.

Então, a primeira dimensão está de certa forma superada.

Depois temos o grupo: essa experiência única, em que vários são um só.

E esse espírito de grupo, mais a necessidade de sobrevivência (de “viver, não sobreviver” insiste Legs, a líder delas) as levará ao crime.

Essa incursão ao crime, mas as dissenssões quase naturais de ideias que surgem levam o grupo à fatal ruptura. Ao grupo, ao muitos em um, segue-se sempre a ruptura.

E depois vem a incursão à marginalidade.

Cada vez pensamos que a gangue, e com ela o filme, vai se acomodar em algum lugar: feminismo, anarquismo, socialismo, rebeldia em geral, grupismo pré-hippie, criminalidade…

Mas ele não se detém. O sentido não repousa: circula.

Bom, muito bom filme.


Lovelace & os outros
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Inácio Araújo

 

Dos filmes em cartaz, nenhum me parece mais interessante do que Lovelace. Não é uma maravilha, mas, a partir da biografia da Linda Lovelace, a estrela do Garganta Profunda, há várias coisas que se observam.

Seja o submundo da então nascente ou quase nascente indústria da pornografia, seja a América de Nixon (Nixon, derrubado em boa medida pelo garganta profunda, o cara que municiou os repórteres do Washington Post no caso Watergate).

Tal como o filme coloca as coisas, não se pode falar de pornô como algo instrutivo, longe disso. De todo modo, Garganta Profunda, que por sinal é de uma chatice histórica, não deixa de ser um episodio da liberação feminina (bem mais que De Pernas para o Ar, pode crer), porque a história da garota que descobre ter o clitóris na garganta não deixa de ser, em tom de chanchada pornô, um sintoma de transformações que estavam ocorrendo naquele momento.

Por fim, o filme deixa muito clara a questão do moralismo puritano (católico, na verdade, nesse caso) na América. Porque lá há dois extremos: o puritanismo e a pornografia. Eles convivem em baias separadas, mas convivem perfeitamente.

& os outros

É digno, mas meio decepcionante, o Elysium. É do mesmo cara que dirigiu Distrito 9”e começa lançando a mesma questão. Lá há a favela, a pobreza insuportável, que é a Terra, o Jardim Angela da história. E há Elysium, o planeta artificial dos ricos, o Jardim América do século 22.

Ou seja, o filme está bem no neoliberalismo, no enriquecimento absurdo de uns e no empobrecimento de muitos.

A proposta política não é ruim, continua sendo original, mas o limite do filme é ela. Porque depois o que temos é uma aventura mais para o comum, com uma ficção bem banal, nada do nível do Robocop, embora o Matt Damon vire uma espécie de Robocop.

Wagner Moura está bem como o chefe do submundo. Não sei se foi ele que criou o lance de mancar de uma perna, de usar bengala, mas é bom.

Alice Braga segue seu destino hollywoodiano: a mocinha latina simpática, mas sempre secundária.

Já falei aqui do Dose Dupla? Em todo caso: ali temos uma boa ficção, sim.

Ozu

A caixa Ozu me lembrou de uma coisa. Há, me parece, 3 tempos no cinema do Ozu.

1. O da aparência. Esse mundo japonês, todo codificado, todo marcado pelas convenções, é o que vemos primeiro. Não se age conforme a subjetividade, mas conforme um código.

2. A trinca. No segundo momento, o que se mostra é a trinca desse sistema. O quanto ele comporta de não-ditos, de hipocrisia, de insustentável.

3. A recomposição. O momento final é da aparência, de novo. Mas da aparência recomposta, quando ela se justifica, mostra porque existe, como todo um modo de vida se articula a partir dela.

A trinca já aconteceu, é irrevogável, mas ao menos precisamos compreender a natureza desses códigos.

& os curtas

Eu vivo pegando no pé dos filmes paulistas porque vejo que em geral o negócio (the business ou a grana) parece contar mais do que o cinema.

Mas é porque a gente pega no pé daquilo ou daqueles que ama.

Então, para deixar muito claro, acho o pessoal do Filmes do Caixote o máximo. E o “Trabalhar Cansa”, que num primeiro momento não me impressionou eu vejo, com o passar do tempo, que era sim um bom filme, muito bom.

Agora vejo três curtas de Thiago Bandrimarte Mendonça onde a invenção está sempre presente, mas nunca coloca em surdina o tema.

E os temas são sempre originais, marginais.

A Guerra dos Gibis trata dos introdutores do mangá no Brasil (usa bem recursos de animação).

Piove – O Filme de Pio, revisita a Boca do Lixo ciceroneado por Pio Zamuner, o fotógrafo e diretor (usa bem o gosto de Pio por colocar a câmera, por dizer como devia ser o filme).

O Canto da Lona é sobre circo (circense, e bem afetivo).

Tenho medo de falar bem de curtas, porque a passagem do curta ao longa é que é questão. Mas gostei mesmo desses, em parte por isso que falei acima: a modéstia (não humildade) diante do seu assunto e dos seus personagens.

 & em Minas

E Minas, que é mais da escrita, produziu alguns belos curtas.

Também é produto de grupo. Grupo que significa conversa, amizade, discussão, troca.

É o “vamos conspirar” com que nos incitava à conversa Claudio Willer.

De lá já tinha visto “Contagem”, de Gabriel Martins e Maurílio Martins.

Agora vejo Pouco Mais de um Mês, de André Novais Oliveira.

E o espetacular Dona Sônia Pediu uma Arma para Seu Vizinho Alcides, de Gabriel Martins.

Também um pessoal que dá para esperar por longas, porque essa história de Pernambuco é legal, mas não pode ficar como uma espécie de gueto.

 & a propósito

Continuo a esperar que seja lançado em circuito o belo “Eles Voltam”, de Marcelo Lordello.


Luz nas Trevas (de Strindberg)
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Inácio Araújo

 

Esta será a última semana, no Sesc Santana, de “O Livro da Grande Desordem e da Infinita Coerência”, que André Guerreiro Lopes adaptou de Strindberg (O inferno e trechos do Sonho), dirigiu e ainda atua.

Não me surpreendi nem com a direção, pois já havia visto alguns trabalhos muito talentosos dele, embora em escala menor (neste ano ele fez assistência de direção para Bob Wilson), mas desta vez acho que teve mais dinheiro e tal.

Mas nunca o havia visto no palco como ator (no cinema, sim: ele fez o bandido Tudo ou Nada, o filho do Bandido da Luz Vermelha, no Luz nas Trevas, da Helena Ignez). E me pareceu brilhante.

No elenco estão a Djin Sganzerla e a Helena Ignez, atrizes já bem provadas em teatro (em cinema, nem se fala).

Trevas na Luz: a Cinemateca

E o que aconteceu com a manifestação de sábado em frente à Cinemateca?

Não vi notícia alguma, em rede social, jornais, nada.

(Minha culpa, também: não pude ir lá).

Mas como há males que vêm para bem, eis que a atual crise começa a pôr em relevo o setor de difusão da Cinemateca, que sempre foi o primo paupérrimo, desprezado, incômodo, pedinte e mais o que se quiser dessa instituição.

O folder que acompanha a atual programação traz uma sintomática declaração de princípios dizendo com outras palavras, talvez, que preservar sem exibir não serve para nada.

Puff!!! É preciso uma crise desse tamanho para se perceber a evidência!

Bem, então agora é hora de lembrar que difusão sem preservação também não leva muito longe.

No mais, programa-se o lançamento do segundo número da revista Cinemateca.

Isso é essencial: fazer da Cinemateca um lugar de encontro das pessoas, não apenas para protestos, mas para conversas e tudo mais.

Sim, ter um bom café é importante também.

Cultura, a TV

Outro dia, no Jornal da Cultura, no finalzinho, entra uma reportagem sobre extensões, obras e etc. do Metrô. Entra o governador de S. Paulo com aquele capacete, fala bonito e tal.

Então fica claro que, à parte toda a besteirada introduzida na programação, um dos objetivos da mudança de direção era fazer, sem muito disfarce, propaganda do governador e, mais genericamente, preparar sua reeleição.

Em todo caso, o Metrópolis permanece intacto, o que é bom: tinha melhorado nos últimos tempos.

O mais rico do mundo

Abro o UOL e vejo a chamada informando que Bill Gates voltou a ser o homem mais rico do mundo.

O que me pergunto: será que o mundo inteiro se interessa por uma informação dessa ou só o Brasil?

E afinal a quem interessa saber isso? Ao segundo colocado, talvez? A algum ladrão de casaca?

Antes de interessar a esses, esses rankings me parece que têm a função de alimentar a indústria da irrelevância, talvez a mais próspera das últimas décadas.

Ela se desenvolve com uma fúria inacreditável.

Quando, há alguns séculos já, apareceu a revista Caras, achei que aquilo seria coisa de curta duração, que não interessava a ninguém.

Engano cavalar! É um sucesso total. Não sei se alguém de fato se interessa pela vida das celebridades. Provavelmente me engano, mas devem pegar a revista com o mesmo desinteresse com que eu a folheio quando vou ao dr. Alexandre.

O dr. Alexandre há algum tempo tinha a Piauí no consultório. Mas era meio frustrante: você começava a ler uma coisa interessante, aí ele chamava para entrar. Dava vontade de pedir licença e dizer “volta daqui a 15 minutos, estou só acabando de ler uma coisa aqui”.

Com Caras, nada disso. A gente larga na hora.


É sábado, na Cinemateca
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Inácio Araújo

A manifestação que a ABD marcou, em frente à sede da Cinemateca Brasileira, “em defesa da própria” acontecerá no sábado, às 16h.

Esperemos que os professores das escolas informem seus alunos da importância de aparecer por lá: não se trata de estar contra ou a favor de qualquer governo ou governante, mas de entender que a Cinemateca é um lugar onde se depositam filmes. E que se não tem direção, se não tem corpo técnico, os filmes tendem a deteriorar.

Os profissionais do cinema se sentirão naturalmente interessados na questão, que afinal diz respeito à preservação e difusão de seu trabalho.

Não gosto de difundir boatos, mas eles correm céleres e são os mais infelizes, a começar pela hipótese de um “head hunter” em busca do diretor geral perfeito.

Já disse mil vezes que uma coisa é investigar o que aconteceu na gestão passada. Isso é legítimo. Não se pode é, por isso, parar com tudo.

Como já disse alguém: você não tira alguém de um cargo como esse sem ter um substituto já engatilhado.

Em Portugal

A Cinemateca Portuguesa, que ao contrário da nossa é pequena e muito organizada, está em risco.

Por favor, quem se interessar pode procurar no arquivo, alguns posts atrás, como participar de um abaixo-assinado em defesa da instituição.


Dois livros e um texto
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Inácio Araújo

O livro do Junior

A Papirus acaba de publicar “A Mise en Scène do Cinema”, de Luis Carlos de Oliveira Jr.

Para o pessoal que acompanha a Contracampo é o Junior.

Só dei uma olhada na introdução até agora, mas já dá para ver que é o que se poderia esperar dele, uma coisa de alto nível.

O Junior é da segunda geração da Contra. Que está chegando este ano, aliás, aos 18 anos. Às vezes ela fica meio devagar, cambaleia, mas depois volta a caminhar legal.

Ele agora está indo (se já não foi) a Paris, preparando doutorado – se não estou errado. O mestrado ele fez com o Ismail, não sei se agora é só um sanduíche ou será tudo lá.

Enfim…

O que importa é o seguinte: vejo muito poucos livros de toda essa turma que em dado momento deu uma sacudida feroz na crítica.

Acho que acabou abalando os nossos críticos mais antigos, como o Merten, e mesmo os de meia-idade, como eu e o Zanin.

Bem, eu acho que esse pessoal devia publicar mais. Não quero particularizar esse ou aquele. Me parece que há gente muito talentosa e, lá vou particularizando, acho um pecado não haver livro do Ruy Gardnier por aí. Mas não só dele.

Isso acontece porque as edições de cinema são raras.

E porque até agora não havia um real empreendedor (um produtor) nesse meio.

Então, duas coisas:

1. Hoje há maneiras de editar livros em pequenas quantidades, atendendo a pedidos e tal. Isso sem que o custo decuplique, como antigamente.

2. O Leonardo Mecchi me parece o produtor que essa turma toda precisava.

Desculpem me meter. Mas umas antologias, umas coisas assim, não fariam mal ao cinema. A lembrar: Contracampo, Cinética e tutti quanti têm feito muito mais bem ao cinema do que se possa imaginar à primeira vista.

E a Luciana…

Pronto, eu tinha me esquecido do livro da Luciana Araújo sobre Joaquim Pedro, que saiu há mais ou menos um mês.

Mas explica-se o esquecimento: é que a Sheila se pôs a ler e eu mal vi a capa do livro.

Em todo caso, eu vivo falando do pessoal da Contracampo & da Cinética & das outras também, mas a Luciana é outro papo.

Ela é de Pernambuco. Digamos, o lado teórico do pessoal de Recife ligado a cinema ou que faz cinema, mas dá aula em São Carlos, na UFSCar, onde tem um pessoal aliás bem forte.

E o Orlando…

Quem me chamou a atenção foi a Rosário no seu “Almanakito”, então fui atrás da reportagem-perfil do Orlando Margarido sobre o Kleber Mendonça Fo., na “Carta Capital”, tendo como gancho o novo filme do KMF, que será de terror.

Um belo perfil, me parece, onde se fala também um bocado das coisas que marcaram o cineasta.

Mas não era isso o principal: há muito tempo quero falar de duas coisas que me chamam muito a atenção na revista: a crônica semanal do Zé Geraldo Couto, que gira em torno de um personagem ligado ao cinema, e as críticas do Orlando.

Quanto à crônica do JG Couto, nenhuma novidade. Mas o Orlando vem se superando: o espaço é em geral pequeno, mas ele dá conta com inteligência e sensibilidade do filme de que precisa dar conta.

 


Pela Cinemateca, Pelas Cinematecas
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Inácio Araújo

 

Vai sair, enfim, o ato promovido pela ABD em defesa da Cinemateca Brasileira.

Aqui vai o endereço com os dados:

https://pt-br.facebook.com/events/163974163797206/?ref=22

Seria interessante que essa fosse uma manifestação não só uma organização, mas do conjunto das pessoas que se interessam por cinema, que vivem dele e se preocupam por ele.

Não sei se vejo com alegria ou inquietação o anúncio de um grande ciclo, a começar agora em 7 ou de setembro na própria Cinemateca.

Se isso for indício de que as coisas se solucionam, muito bem.

Temo que seja uma cortina de fumaça.

O problema, neste exato momento, não é difusão, não são ciclos, nada disso: é a preservação dos filmes.

É o funcionamento regular da instituição.

Ninguém e contra se investigar qualquer problema havido na administração anterior, mas vamos com calma: isso não pode ser escudo para o MinC.

E já nem vamos falar da história da moda. Basta ler o artigo do Vladimir Safatle (na Folha, segunda ou terça passada).

E Portugal

E a pequena porém eficiente Cinemateca Portuguesa?

Quem passar por Lisboa terá de passar por lá: é agradável, tem um belo café, duas salas de projeção, boa programação, sem falar dos catálogos formidáveis (que hoje já imitamos aqui, graças ao CCBB sobretudo).

Já postei aqui um abaixo assinado em defesa dessa instituição, que o governo português pretende, na prática, extinguir.

Quem ainda não viu, quem quiser passar no seu facebook, por favor dê uma olhada no arquivo aqui do blog.

Eis uma instituição que não merece ser absorvida por órgãos que têm fama de mau administrados.


Os estranhos casos de Angélica e Marta
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Inácio Araújo

Foi decepcionante o lançamento de “O Estranho Caso de Angélica”.

Entrou em um cinema, o Espaço Itaú. Na sala 3, que é mais mixuruca do cinema.

E nem ao menos está em todos os horários.

Minha dúvida é: será que o espectador de hoje, mesmo o do Espaço, do Reserva, do Cinesesc, enfim, desses cinemas ainda mais dedicados ao cinema, rejeita um filme como esses? Ou será que a distribuição é excessivamente pobre (uma cópia…), ou será que o Espaço só deu ao filme esse espaço tão restrito?

E sua compensação

Em compensação (se é que dá para pensar em compensação nesses casos), “Las Acacias”, um belo filme argentino, vai entrar.

Pensei que já tivesse circulado comercialmente, mas não. Apenas passou na Mostra e foi lá que o vi.

O encontro entre um caminhoneiro e uma passageira que entra na Argentina clandestinamente é filmado com precisão, e à medida que entramos no filme vamos, muito delicadamente, conhecendo as personagens.

O Ministério e seu mistério

É muito boa a constatação do Valdimir Safatle, segundo o qual hoje se promove (o MinC referenda, se não promove) a confusão entre cultura, mercadoria e entretenimento.

Isso não vem de agora. E, vamos admitir, nós do cinema, que essa confusão começa, em grande medida, com o cinema mesmo, que mistura essas três coisas. Mas nunca sob a forma perversa de indústria cultural.

Num filme do Antonioni, até do Antonioni, pode-se perguntar onde termina o entretenimento e começa a cultura. Mas a indústria cultural promove a mistura meio que de caso pensado.

O que nossas leis de incentivo vão atrás é dessa confusão. Se há isenção de impostos, me parece que a intenção é promover a realização de filmes, peças, livros. A difusão em áreas carentes desses divertimentos, etc. e tal.

Não é para os bancos fazerem autopromoção.

Minha pergunta é: Marta Suplicy está lá para gerenciar a liquidação final da cultura? É isso?

Não bastasse o que o MinC da Marta está aprontando na Cinemateca, que ficou ao Deus dará, agora o incentivo se estende à moda…

Muito bem: que o ministério que atende à indústria o faça. Por que a cultura?

Tragam-me a cabeça…

O que corre, espero que seja um boato, ou o sonho de alguém, é que o ministério está contratando ou contratou um head hunter para encontrar o executivo ideal para a Cinemateca.

Mas deve ser gozação, só pode ser.

Em todo caso, o escolhido poderá estrear exibindo “Tragam-me a Cabeça de Alfredo Garcia”, de Peckinpah, o Grande.

Manifestação

Alguém da ABD vem me garantir que não morreu a idéia de uma manifestação sonora em relação à Cinemateca.

Será em setembro.

Acho que outras associações de cineastas (e não só de São Paulo) deveriam pensar no assunto.

Sem falar das escolas. Essas, pelo que ouvi, já se dispuseram a liberar os alunos para a manifestação. Talvez não todas, mas algumas. Já é alguma coisa.

Há que colocar essa situação às claras, porque até hoje tudo me parece muito nebuloso.

Há suspeita de corrupção? É preciso investigar, claro. Mas não se pode paralisar os serviços de uma instituição como essa.

Se fosse com a moda, com os cabeleireiros… Ah, seria bem outra coisa.

 


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