A Mostra vista de uma cama
Inácio Araújo
Talvez alguém tenha notado o meu desaparecimento.
Então, aí vai a explicação.
Desde o começo da Mostra eu peguei um resfriado/gripe infernal, de maneira que por sorte já havia visto alguns filmes previamente e escrito sobre eles.
É terrível, mesmo porque eu já perdi filmes que, acredito, nem serão mais exibidos.
De todo modo, acho que o começo da 36ª. Mostra é muito animador. O Miguel Gomes, português, está tendo uma retrospectiva precoce que me parece bem merecida. Ele é muito forte.
Há uma do Tarkovski, mas o que eu queria mesmo rever dele é o Solaris, que vi há alguns séculos e me pareceu muito interesssante. Como estaria hoje?
“Raras Nuvens Flutuantes” é um filme que quem não viu deve ver e quem viu deve rever, se puder.
E há os suspeitos de sempre. O Oliveira com o belo “Gebo e a Sombra”, por exemplo.
Mas o endiabrado, o inusitado, o inesperado, talvez o mais inesperado da Mostra, para mim, vem do Abbas Kiarostami.
Devo estar esquecendo de muitas coisas. Mas é isso: daqui a pouco me recolho de novo.