2011 – Um Ano de Seca
Inácio Araújo
Talvez o prenúncio estivesse já no começo do ano, quando o Oscar indicou dez filmes quase todos intragáveis. Mas o que veio depois não foi tão melhor assim.
De maneira que na lista de Dez Mais que fiz para o Uol entrava, felizmente, “Tetro”, que estreou ainda em 2010. Mal cheguei aos dez, ainda assim.
Eis aqui quem eu preferi, com um pequeno comentário:
1. Cópia Fiel, de Abbas Kiarostami – mais uma afirmação forte de que não somos um, somos múltiplos, cópia e original, duplicações, maridos e ex-maridos, bandidos e mocinhos.
2. Singularidades de uma Rapariga Loira, de Manoel de Oliveira – porque Oliveira abole o tempo, traz o presente ao passado e vice-versa e depois rompe com os dois, se preciso.
3. Tetro, de Francis F. Coppola
4. A Árvore da Vida, de (esqueci quem) – ambos carregam a dor de ser pai e a de ser filho; a dor inevitável.
5. A Pele que Habito,. de Almodóvar – talvez o nome diga tudo: a pele é um habitáculo.
6. Melancolia, de Lars von Trier – o fim do mundo em cada um
7. O Garoto da Bicicleta – porque as cores que eles usam, os contrastes, são fortes.
8. Isto Não É um Filme, de Jafar Panahi – porque era o único filme possível, o único verdadeiro.
9. Rio – uma boa animação.
10. O Palhaço – com altos e baixos, mas me pareceu ter uma energia muito interessante.
Quem quiser brincar de lista manda ver.