Xuxa vs. Massaini
Inácio Araújo
Estranha disputa, essa entre Xuxa e Aníbal Massaini, por conta de “Amor, Estranho Amor”.
Xuxa havia conseguido interditar a saída do filme em vídeo, nos anos 1990, que poderia representar certo perigo a sua imagem de “rainha dos baixinhos”, até porque ela fazia uma cena de nu em companhia de um menino.
Não me parece que o essencial fosse o fato de abalar uma imagem de “fadinha”, mas, ao contrário, escancarar o fato de que a “rainha” era extremamente erotizada, o que contribuía, aliás, para o sucesso do programa também entre os altinhos.
Mas não sabia que o produtor, no acordo, recebia US$ 60 mil anuais.
Bem, agora, o prazo do contrato terminou, se é que entendi bem, e Aníbal resolveu não renová-lo.
Isto deve ser de direito dele, tudo bem. Mas, se de fato recebeu essa mesada de Xuxa por todos esses anos, diria que agora sua atitude é pelo menos duvidosa moralmente.
Por outro lado, me parece absurda essa história de ir à Justiça interditar obras de arte ou trabalhos intelectuais, quer gostemos deles, quer não.
SIDNEY LUMET
Seria preciso uma retrospectiva alentada para se verificar tudo que Lumet trouxe ao cinema (e separar isso de seu enorme ego, admita-se).
Retenho por ora apenas com seu filme mais recente: “Antes que o Diabo Saiba que Você Está Morto”. Existe uma espécie de abismo entre a capacidade de Lumet observar e mostrar o mundo e a média do cinema. Alguém duvida?
Lumet morreu no último dia 9.